quarta-feira, 31 de maio de 2017

Pule!



"Lá mesmo esqueci que o destino
Sempre me quis só
no deserto sem saudade, sem remorso só
Sem amarras, barco embriagado ao mar"





a na beira do abismo que se senti o vento nos cabelos
é olhando para baixo é que se vê a dimensão da queda
que se escuta o eco dos gritos e das gargalhadas

a beira do abismo
é o fim da caminhada
é o local do salto
é onde senti as asas baterem


é no abismo que o silêncio ofusca  a luz

é dentro do abismo que se encontra a resposta


é no abismo.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

FIDELIDADE



"....um dia vestido 
de saudade viva...."


quando teses estudarem sobre fidelidade
eu entrego meu corpo

 encontrarão respostas
farão teorias
publicarão fotos, 
revistas científicas,
das minhas vísceras

 cientistas olharam,
incrédulos,
o seu nome 
gravado
a sangue
e ferro



quarta-feira, 5 de outubro de 2016

PARA O TEMPO ATUAL





Sentiu saudades das longas noites que seriam de amor e realmente seriam de amor. Sem desejos de ter razão, de ter a certeza ou de ter a vida sobre controle.
A vida não estava sobre controle, sabia, não tinha certeza, só sabia.
Nem a noite
nem a passagem do tempo
nem a fúria dos dias
nem o amor
sequer o desejo
nem o mais fugaz sentimento estava sobre qualquer controle

sabia
não tinha certeza.

Saudades
Do leve sentimentos
Dos leves olhares

Das leves noites de amor.

Das noites que 12 horas pareciam 12 minutos
e em 12 segundos tão leves dos 12 anos passados ou os 12 anos seguintes
tivessem qualquer importância.

Que os 7 dias para digerir o peso e a aspereza
fossem 7 dias de encantamento.

e que a noite de descoberta, fosse apenas uma noite de descobertas.

sabia,
não tinha certeza
não queria ter as certezas.



terça-feira, 13 de setembro de 2016

POEMA DE UM SENTIMENTO SÓ


                                                                   "Ponme la mano aquí macorina
                                                                             Ponme la mano aquí" 


quase indestrutível
quase invencível 

chorou.






sexta-feira, 5 de agosto de 2016

DOM QUIXOTE DE LA MANCADA: o cavaleiro mediano.

Apaixonava-se pela ideia de se apaixonar, e que importância quem fosse?
Que importância ser loira, morena, ruiva, carinhosa, fria, louca, frigida, boa, fiel ou infiel,de bordel, de rua, de casa, Amélia ou Geni, Vânia ou Ana Júlia, Camila ou Lucille, Dulcineia ou Afrodite? Que importa? Que importância tem a impossibilidade ou a probabilidade? Que importância tem a estação, o frio, o gelo ou o sol da realidade escaldante? Era a paixão pela ideia de se apaixonar!!!! A paixão ideal dos sonhos de adolescência, da solidão, dos anos mau vividos, da vida limitante do interior,   da superficialidade da falta de amor. Queria a menina, moça, mulher: a paixão. Embriagava-se e beijava a ideia da paixão. A cada desfecho, a decepção. O frio superficial da desilusão, e, então, desta mesquinharia de sentimento, dava-lhe o nome  de AMOR! Atingia o pico da sua possibilidade de sentimento: A M O R , alimentando sua autoestima, por ter alguém  apaixonado implorando sua volta  ou do desprezo, a humilhação final de ser rejeitado, o drama e tinha a certeza ridícula de encontrar  a  perfeição do amor no mito do "amor não realizado". Aceita migalhas, aceita destruição sendo o otário do romance, mas, se autodefinindo como o especial, o único, o incompreendido. Próxima!!!! Olha rapidamente para os olhos vazios e pífios da moça, e, dedica a ela, versos da canção de amor.......e.............. lá vai ele transformar Roxanne em Dulcinéia, princesa dos seus castellinhos de vento.
Que mancada, Dom Quixote!Isto são migalhas. São farelos de pão aos pombos famintos. 

sábado, 30 de julho de 2016

It's De-Lovely





foi tudo um De'lirio

porque ele é tão

De'lindo

sexta-feira, 29 de julho de 2016

LORD DE FLORES.









                                                                       Do you like it rough I ask

                                                                        And are you up to task???


Falaram naqueles dias que a beleza deve existir em uma simples onomatopeia.
Plim,
era o barulho que seus grandes olhos cor-de-mel faziam a cada abrir e fechar apaixonadamente para os meus olhos atentos.
Impossível esquecer a simplicidade da sonoridade dos plins.
E tudo era silêncio entrecortados pelos ecos distantes: 

plim
pli
pl
p
...