segunda-feira, 6 de maio de 2013

OS LOUCOS.





Porque o silencio em si é como o som dos diamantes que podem cortar tudo!!
Jack Kerouac

Tocou a música e rompeu nosso silêncioVocê me puxou para dançarEu, disse não.Você me arrastou para pistaEu, esperneeiVocê pediu para mudar a ritmoEu, griteiVocê segurou firmeEu enlouqueci.
E um blues tocou o arVocê parouEu, te olheiUm blues?Mas, então,Um blues?Se é um blues,Eu danço!
E nosso silêncio continuou...

quinta-feira, 2 de maio de 2013

NÃO ESCREVO POEMAS DE AMOR.




"Essa mulher pensa que é uma pantera

e às vezes quando fazemos amor
ela rosna e funga
e seus cabelos se soltam
e por trás deles ela me olha
e me mostra suas presas
mas eu a beijo de qualquer jeito e continuo amando.
você já beijou uma pantera?
você já viu uma pantera fêmea se deliciando
com o ato do amor?
você nunca amou, meu amigo.
você com suas esquilas e tâmias
e elefantas e ovelhas.
você tem que dormir com uma pantera
você nunca mais vai querer
esquila, tâmias, elefantes, ovelhas, raposas, carcajus,
nada mais a não ser a pantera fêmea
a pantera fêmea atravessando o quarto
a pantera fêmea atravessando a sua alma,
todas as outras canções de amor são mentiras
quando aquela pele macia e escura vier em sua direção
e o céu desabar sobre suas costas,
a pantera fêmea é o sonho se realizando
e não há volta
ou desejo de –
aquela pele sobre a tua,
a busca terminada
e você aprisionado nos olhos de uma pantera."


Charles Bucovisk


Pelo mato iluminado pelo negro da noite sentia pelo caminho os olhos fixos e sangrentos no seu pescoço cheirando seu suor de ansiedade. Aproximando metro após metro.

 Sentia.....
Sim, sentia...
No vento o roscar e a respiração ofegante que se fundiam instintivamente.

Aproximava-se.

Sentia o correr dos passos
Sentia o bater das grandes asas negras no seu corpo feito para flutuar na noite do inferno para o céu.
Sentia o barulho do abrir das grandes garras.

Ofegantes.

Até que, seus passos pararam na noite e abriu seus braços, sua boca e sua alma para recebê-la como um bravo guerreiro que SE entrega na hora marcada a brava morte.

O que se viu foi sombra, foi noite, foi sussurro, foi desaparecimento.